Biomecânica da Marcha

A locomoção bípede, ou marcha, é uma tarefa funcional que exige interações complexas e coordenação entre muitas das principais juntas do corpo, particularmente da extremidade inferior.

O movimento ao redor da junta do quadril durante a marcha ocorre em todos os três planos: flexão-extensão. adução-abdução e rotação interna-externa. A flexão-extensão é o movimento primário que acontece em torno da junta do joelho durante a marcha, embora os movimentos valgo-varo e rotacionais estejam presentes em menor extensão.

Por causa de sua morfologia óssea, a junta talocrural sustenta apenas flexão plantar e dorsiflexão durante a marcha. O movimento subtalar, mesotarsal e falângico auxilia ainda mais no fornecimento da adaptação à superfície de sustentação, bem como na rigidez para a propulsão.

A parte superior do corpo, incluindo a pelve e o tronco, sofrem deslocamentos senoidais em todos os três planos cardeais. O tronco e a pelve rodam em direções opostas, enquanto a cabeça geralmente permanece estável. A oscilação dos braços envolve a rotação e flexão-extensão do ombro, flexão-extensão do cotovelo e pronação-supinação do antebraço.

O ciclo da marcha, ou passada, é definido como a ocorrência de um evento em um membro inferior até a próxima ocorrência do mesmo evento no mesmo membro inferior. É mais tipicamente demarcado pelo contato inicial ipsilateral sequenciado. A fase de apoio ocupa 60% da passada e é dividida em seis eventos ou períodos: contato inicial, resposta de carga, fase média do apoio, fase terminal do apoio, pré-oscilação e dedos-fora. A fase de oscilação ocupa 40% da passada e é dividida em períodos: oscilação inicial, oscilação média e oscilação terminal.

Os momentos da junta internos indicam o momento global da força gerada pelos músculos, ossos e tecidos moles passivos, que se contrapõem à tendência para a rotação da junta provocada pela gravidade.

A força da junta é o produto da velocidade angular da junta e o correspondente momento interno em um determinado ponto no tempo. Ela indica a geração ou absorção da energia mecânica pelos grupos musculares e por outros tecidos moles.

A coativação de grupamentos musculares agonistas-antagonistas geralmente acontece durante os períodos de transição cinemática, quando uma junta pode estar intervendo a direção da rotação.

As limitações de movimento ou os distúrbios do controle motor que afetam um dos segmentos do membro inferior alterarão potencialmente os padrões de movimento e o controle motor em todas as outras juntas durante a marcha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário